O CAMINHO DA DEVOÇÃO
A religião que antes encontrara condições sociais, econômica e culturais muito favoráveis, hoje privilégio de poucos terreiros, deixou de ser a religião dos pobres de todas as origens étnicas e raciais e passou a ser a religião das elites, não só no sul, mas em todo Brasil.
A princípio a expansão da religião deveria ser para a conservação dos rituais, temo que aconteça ao contrário, peço ao grande pai Oxalá e à Olorum, que ilumine a mente dos verdadeiros sacerdotes para que possam refletir sobre estes fatos e passar a formar verdadeiros herdeiros dos segredos nos cultos Africanos.
Há também o culto aos eguns, que há poucos que dominam bem esta parte da religião. Este é o lado mais melindroso de nossa religião, não é uma coisa assim tão misteriosa, porém, não se faz este ritual com freqüência, assim como fizemos para os Orixás. Hoje em dia todos querem ter o assentamento de Balê; antigamente só sentava Balê quem tinha pai ou mãe de santo falecidos(dentro da Nação Ijexá), para poder ter um egum chefe dentro do Balê; As rezas de eguns são poucas pessoas que sabem tirar como nos tempos passados.
É importante que , aqueles que ainda detem conhecimentos no culto aos eguns que passe aos seus descendentes religiosos, assim como os trabalhos, trocas, limpezas, rezas e outros fundamentos da religião africana.
Nas décadas passadas quando um Babalorixá ou uma Yalorixá precisava passar uma limpeza ou fazer uma troca, enfim , qualquer tipo de trabalho os seus próprios filhos de religião estavam aptos para fazer, hoje em dia, muitas vezes tem que depender de sacerdotes de outros terreiros; e nem sempre se cai em boas mãos. Quando falecia um pai ou mãe de santo os filhos da casa eram quem faziam as obrigações de erissum (èrìsún); hoje muitas vezes dependem de gente de outras casas para fazerem este ritual, se morre alguém da Nação Ijexá é importante que o èrìsún seja feito por gente da mesma Nação e assim por diante.