LEMBRETE

segunda-feira, 21 de abril de 2008

CANDOMBLÉ E MACUMBA I

O CAMINHO DA DEVOÇÃO
A religião que era somente dos negros se propagou pelo mundo, os Orixás chamam a atenção de antropólogos, estudiosos e pesquisadores alguns até se bandeando para o seio da cultura africana.
Pudera os negros de outrora ter em suas mãos a facilidade que temos nos dias de hoje em cultuar nossas divindades, tenho certeza que no futuro teríamos, ainda, grandes conhecedores dos segredos, grandes conhecedores do uso dos trabalhos, das magias, das rezas, dos cultos de como fazer um Orixá, entre outros fundamentos de nossa cultura.
Peço a Olurum que ilumine o pensamento daqueles antigos Babalorixás e Yalorixás que tem em seu poder os ensinamentos passados pelos seus antecessores para que passem a quem de verdade merecer saber e levem avante esta cultura linda de rituais incomparáveis. Quantas criaturas devem sua vida a gente do santo que por um ou outro motivo tiveram que fazer trabalhos, benzeduras, rezas para poderem se salvar, para poderem ter saúde, para poderem ter um trabalho, para poderem ter união, paz no lar, para poderem ser salvos de perseguições; quantos lares preservados graças a intervenção de gente do santo.
A Religião Africana tem um dos mais belos rituais do nosso planeta, é uma vastidão de ciência, que vamos envelhecer, morrer e nunca vamos saber tudo da religião. Há diferentes conceitos sobre o culto aos Orixás, cada Nação, cada região do País tem uma maneira de tratar e cultuar os Orixás; faço aqui uma exposição daquilo que herdei dos antigos sacerdotes de Orixá do meu convívio e de meu Babalorixá, pai Tuia de Bará, que detem grande conhecimento dos rituais de Orixás e de Eguns da Nação Ijexá vinda para o Rio Grande do Sul.
Tenho conhecimento de que um dos baluartes da Nação Ijexá, aqui no sul, foi sem dúvida, pai Paulino de Oxalá, homem de sabedoria profunda no culto; tinha entre seus filhos de religião o saudoso Pai Idalino de Ogum, Mãe Antonia de Bará e Pai Manezinho de Xapanã. Pai Manezinho formou outros grandes batuqueiros do sul, dos quais podemos citar alguns: Estela de Iemanjá, Ondina de Xapanã, Antonieta de Bará, Diva de Iemanjá, Ademar de Ogum, Miróca de Xangô, Nelson de Iemanjá, Olmira de Xangô entre outros.
Da grande Mãe Olmira deu-se origem a outro grande conhecedor nos cultos africanos da Nação Ijexá e no ritual de eguns que é o Pai Tuia de Bará, filho carnal de Nininho de Ogum decendente também de Manézinho de Xapanã. Ao Pai Tuia devo meus humildes conhecimentos dentro de nossa nação e espero poder passar adiante o que me foi delegado por este Babalorixá de grande sabedoria.